Minas sangra
A terra padece
Muito ainda tem que
padecer.
A consciência é
fruto delicado.
Miolo de rosa, às
vezes
Morre antes de
nascer.
O homem... o que é
o homem?
O homem é arbusto
tinhoso,
Demora florescer.
Tornara-se acre,
Minas.
O cheiro, entanto,
não é do ananás.
Das entranhas da
terra sai lama, borra
Veneno de satanás.
Escorre da serra
venosa das minas
Vida e a morte
Expurgadas com a
seiva vital.
Minas, hoje, é lama
infecciosa
Aonde fora fértil
lamaçal.
Lama de minério,
lama viscosa
Lama tóxica
É doença que vasa
no quintal.
Minas, preciosa e
rica,
Contaminada,
É nada.
Das entranhas expele
o pus _ sabe como é?
Doença hemorrágica
da ambição.
Nada sobrevive a
este mal
A menos que aja de
coração.
Quanto vale a vida?
pergunta o poeta.
E do ventre
ressequido vem o lamento, um gemido, um grito;
E no vale umedecido
de lágrimas
Não, Minas, hoje,
não cabe no coração.
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