De repente luz.
De repente tudo é
colossal.
Pequenos monumentos
preenchem o mundo,
Não há sequer um
espaço vazio.
A luz dispersara a
escuridão.
Cria-se sentidos.
Aos olhos da criança
tempo não existe;
Apenas movimento é
o que há.
Espectros, sombras,
o branco e negro compõem-se.
Nas cacofonias
revela-se a vida.
Sons naturais,
mecânicos, de pensamento…
Uma lágrima presa,
seu trovão, e terremoto cerebral, silencioso…
O que é sem brilho
é mórbido, apenas.
O que é
desconhecido é algo indefinito, apenas.
Com o tempo, a luz
penetra nas frestas, então,
Parece que o mundo
clareia.
Nada detém sequer
um raio que compõe a réstia.
Oculto sol.
Mas, inda que haja
luz, é silêncio.
Tudo é silêncio,
Colossal.
No natal, gosto de
ver os abraços, a euforia,
O jeito acelerado de
preencher os vácuos,
O colorido que se dá
aos olhos
E o ofuscamento dos
olhares sem brilho.
Gosto disso.
Gosto dos abraços.
Vê-los acontecer me
faz bem _ parece nó que se ata e desata sem embaraço.
Alguns parecem
verdadeiros,
Mas de repente,
silêncio!
Quando a gente
entende que o mundo é uma ilusão a gente fica perdido.
Quando a ilusão se
torna mentira a vida fica vazia.
Eles lhe roubam
abraços, atenção, tempo... fazer o quê “o semelhante é
semelhante”, penso.
Todos têm seus
defeitos, tenho cá os meus.
Se me enlaço não
mais me desembaraço _ não sem dor.
Muitos terão seu
abraço...
… Mas sou eu quem verdadeiramente te ama.
Breve é essa luz,
breve os sons, breve o visível e o invisível.
Breve tudo, talvez;
quem sabe!
Talvez algo fique.
Quem sabe!
Breve o porvir?
O que sabe a larva
do seu futuro? Do quê e por que temer:
os ferrões das
formigas, o bico do passarinho, o casco do bode, a pata do cavalo, a
sola do sapato, a eletricidade dum raio, a solidão do casulo…
voar!
Crisálida é a
vida.
Voar…
Depois, silêncio.
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