O homem tornou-se inimigo do homem,
fez do mundo a arena do jogo do vale-tudo.
Tiram a todos a paz,
tentam tomar-lhe tudo:
água, o ar, e o pão...
Esconderam com manto cinza o céu;
desviam as chuvas, cobrem nascentes, tiram-nos o chão;
O bem se tornara mal, e o mal se tornara bem.
Já nem mesmo descanso de morte, por bem, lhe é direito;
Sete palmos de terra não mais se têm.
E por falar em pão
_ pão e vida, vida e pão _,
o homem, coitado, ao homem, no seu ganha-pão,
arranca-lhe o couro e lhe fura os olhos
por apego ao ofício, pela sustentação;
por puro prazer, ou por ambição.
Quando não é corrente é chicote,
senão os dois, é descarte,
extermínio, ou exclusão.
E sem trabalho não se pode ter teto
_ que dirá sonhos !_,
arroz e feijão;
só lhe resta a morte certeira
e a incerteza de ressurreição.
Pena que o homem limite ao homem o movimento à perfeição.
O que não e comprado é plágio,
_ plágio do plágio roubado _,
arte beleza-feia,
condenada à destruição.
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