Quando acaba o carnaval,
enquanto se cura de ressaca, todos tentam cobrir a nudez.
Enquanto
se vestem das velhas fantasias, as pessoas tentam angustiosamente incorporar o
morto encharcado de ilusões e hipocrisias.
Alguns até se vestem de santo. Outros se vestem de pastores, e outros de pastoreiros;
Alguns até se vestem de santo. Outros se vestem de pastores, e outros de pastoreiros;
E pegam
seus cajados e tralhas para se sufocarem por um ano inteiro. Ou até que se
improvise um carnaval fora de época.
Quem é o
verdadeiro?
Após uma semana de rotina já não se sabe mais.
A fera vai ficando
mansa, doente, moribunda, sendo consumida pela melancolia e pelo stress diário
dos afazeres.
Mas
ainda restam sobras da folia, da lambança, delírios, o cheiro ou
azedume disfarçado dos dias e noites de orgias.
azedume disfarçado dos dias e noites de orgias.
Frutas
podres do cesto vazio que a gente cheira, come, se empapuça e se envenena, por
uma fome e sede que nunca sacia. A fome de vida.
Ah, essas almas!
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