Agora,
que estou apaixonado, confesso que vivo a refletir sobre o amor.
Já
usei mil e uma expressões para defini-lo. Todas se enquadram, todas são verdadeiras
e exatas, todas me agradam.
As
ideias se respeitam, porque respeitam o momento particular do surgimento. Isso
é sensibilidade.
Até
o silêncio ao se autodeclarar definição de amor foi aplaudido de pé por todas
as palavras.
Agora,
nesse exato momento, tentando ser atencioso a um turbilhão de palavras eufóricas
que borbulham na minha mente, confesso que não sei o que dizer. Fiquei em dúvida.
Será
que existe mesmo uma expressão que defina bem o que é amor?
Não
quero repetir frases feitas. Na vida não existe mesmice; o que existe é uma constante
renovação. Nem mesmo a pedra insensível dorme pedra e simples pedra amanhece.
Vez e outra se vê uma bela orquídea numa fenda aberta pelo tempo. Nada é
impossível senão improvável. O milagre é o aperfeiçoamento natural na sua
evolução contínua e infinita.
E
eu que não sou pedra, e ainda não sou pó, e ainda não sou o fertilizante que
serei antes de me integrar a raízes para a magnífica renovação de renascer de
novo, agora estou amando... E amar assim, da maneira que estou amando, é se vislumbrar
com a paisagem de chegada do fim da viagem. O novo horizonte se mostra como
promessa de um sol raiando.
Seria
o amor o solou seus efeitos? Aurora ou crepúsculo?
Flores,
perfume, cores, encanto... Melancolia de paz.
E
eu que tanto amei, e agora amando como jamais imaginei que seria possível se
amar, não consigo escolher palavras para bem definir o que estou sentindo.
Amor
é uma luz que se forma sutilmente e discretamente vai se expandindo,
ascendendo,
Como
o preguiçoso sol rompendo o nevoeiro numa manhã de inverno.
Tão
logo o vimos, o clarão da luz magnífica, já estamos em meio caminho de uma
jornada. Não temos consciência do principio e tampouco do fim da caminhada.
Navegamos reluzindo e ofuscando. Mas o amor é essa luz que dá visão ao cego que
desconhece a própria cegueira.
Agora
que estou amando assim, no limite do possível para esse tempo permitido, sei
que não enxergo nem mais longe do passado nem do futuro, todavia, enxergo bem o
agora, o que o amor revela em mim.
Agora
que estou verdadeiramente amando nem preciso de palavras, o amor é quem fala
por mim.
Mas
como um pássaro eu canto: Eu te amo!
Nenhum comentário:
Postar um comentário